Ter, 25/05/10 17h23
Neste primeiro semestre uma grande mobilização, organizada pela União Nacional dos Estudantes, chamou a atenção do país. Eram milhares de estudantes que, movidos pela histórica reivindicação do povo brasileiro (mais investimentos na educação), ocuparam a esplanada dos ministérios, em Brasília.
A defesa da destinação de 50% dos recursos do Fundo Social do Pré-sal para a educação é algo que ultrapassa a simples criação de novas escolas técnicas e universidades.
Nesta mobilização, a UNE demonstrou que tem clareza disso, revelando grande maturidade em relação ao momento histórico no qual o Brasil se encontra.
Não há dúvida de que o país vive um período de forte crescimento econômico e toda riqueza gerada por ele tem que retornar para a sociedade. E, em se tratando do sistema educacional brasileiro, a UNE não só provou que entende como também foi capaz de demonstrar que esse retorno deve ser tratado como prioridade.
Investir em educação é fomentar a formação de intelectuais e profissionais que sejam capazes de compreender sua história, entender sua realidade, projetar perspectivas futuras e apresentar as mudanças necessárias para que o desenvolvimento continue, principalmente no que se referem aos aspectos científicos, culturais, sociais, políticos, econômicos e morais - quanto a isso, não há dúvida de que o Brasil precisa avançar. E muito.
A sociedade brasileira necessita de um sistema educacional capaz de formar cidadãos dotados da compreensão de que o racismo, o machismo e a homofobia são crimes que afrontam a humanidade e que, além disso, só contribuem para o atraso social.
Exemplos como o da China, o de Cuba e até mesmo o do Japão, permitem perceber que o investimento na educação e na formação cidadã fez a diferença.
No Brasil esse investimento deve estar associado a um projeto soberano de emancipação e desenvolvimento. Investir nesse projeto é fundamental para desenvolver a Nação.
Destinar 50% do Fundo social do pré-sal para a educação é como o humilde agricultor que, querendo colher as melhores hortaliças e os melhores frutos, só utiliza boas sementes, nos permitindo perceber que no fim das contas "a gente colhe o que planta".
PS¹: Jeferson Conceição é filósofo formado pela Universidade Federal da Bahia e membro da direção estadual da UJS-BA.
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